"Mudar é difícil mas é possível". - Paulo Freire

CULTIVANDO UM CORAÇÃO HUMILDE


A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. Porque o Dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que seja abatido. (Provérbios 16.18 e Isaías 2.12) 

CULTIVANDO UM CORAÇÃO HUMILDE


A humildade é o primeiro passo para desfrutarmos da plena salvação que Deus proporciona para o homem caído. Quando digo plena salvação, me refiro à salvação total, integral de nossas almas, em três tempos: passado, presente e futuro.

Passado... Em Romanos 5.1, Paulo relata que fomos justificados mediante a fé. O apóstolo, aqui, está se referindo à nossa salvação sim, mas àquela que aconteceu no passado e que ocorre apenas uma vez na vida. Foi a nossa justificação, ou seja, fomos salvos da condenação do pecado ao sermos justificados por Deus (tornados justos pelo sangue de Cristo), não por mérito algum. Nós não merecíamos, mas Deus nos salvou. É preciso humildade para reconhecer que somos incapazes de nos relacionarmos com Deus, se não for por Ele mesmo.

Presente...  Embora salvos da condenação do pecado, este ainda é uma realidade na nossa vida e no mundo que nos cerca. Em Filipenses 2.12, Paulo admoesta os irmãos a desenvolver a salvação com temor e tremor. Este é o processo de santificação, pelo qual todos os crentes devem estar passando: estamos sendo salvos do poder do pecado. Como disse, é um processo, e pela força da nossa carne jamais conseguiremos. O Espírito Santo nos dá poder para lutar contra o pecado, mas não imunidade contra o pecado. O pecado domina quando “baixamos a guarda” e permitimos que nossa velha natureza se sobressaia. Nós não merecemos, mas Deus continua a nos auxiliar neste processo. É preciso humildade para esta caminhada. Precisamos dia a dia fazer morrer o nosso eu, nos humilharmos diante de Deus e reconhecermos quem somos.

Futuro...  Por fim, a glorificação. Estaremos plenamente salvos, não apenas da condenação e do poder do pecado, mas também da sua presença. É a isto que Paulo se referia quando escreveu que a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos (Romanos 13.11). Jamais alguém poderá fazer algo para merecer o céu. Lemos em Mateus 5.3 o que Jesus disse: “...dos humildes de espírito, é o reino dos céus.”

Conforme dissemos no começo, a humildade é o primeiro passo para que tudo isto se realize. A questão, porém, é o quanto precisamos percorrer.  John Bradford captou muito bem esta ideia e concluiu:

- “É somente pela graça de Deus que eu prossigo.”

Ele sabia (e Deus o sabe muito bem) que somos egoístas por natureza. Isto é, somos orgulhosos, arrogantes e amamos mais a nós mesmos do que a Deus e ao próximo. Esta é a radiografia do ser humano: minha e sua também.

Para quem não consegue enxergar, o orgulho pode se manifestar em várias áreas da nossa vida: podemos ser orgulhosos em relação à nossa aparência física, personalidade, inteligência, eloquência, posição social, família, cultura, títulos e graus acadêmicos, trabalhos e realizações, riqueza, bens materiais (casas, carros, roupas, etc.) ou, ainda que não possuamos nenhuma destas “qualidades”, podemos apresentar orgulho pela nossa auto-suficiência. Pergunte a si mesmo: O que causa orgulho na minha vida?  Poderia ser satisfação ou insatisfação com quem eu sou, o que eu sou, o que tenho, o que e quanto eu sei, quanto dinheiro eu possuo, quão bom e belo eu sou, habilidades que domino, o que eu faço, onde eu tiro férias, as roupas que eu uso, as minhas jóias, o carro que dirijo, a casa em que eu moro, meus pais, meus filhos, meu nome de família, os títulos que conquistei, as realizações em minha vida, a quantidade de dinheiro que dou na igreja, minha participação na igreja, quantos versículos já memorizei, quantas vezes eu ajudei aos pobres, as atividades missionárias que tenho empreendido, a posição que ocupo na minha empresa, a minha força, meu carisma, minhas medalhas, minha estatura na comunidade, minha saúde, etc.

O orgulho pode esconder-se atrás de coisas bem simples e habituais. Ele é o pior pecado que existe, porque ele nem sequer admite ser. Portanto, é preciso discernimento do alto para reconhecê-lo e muita humildade para admiti-lo. Não quero que este seja simplesmente um devocionário, mas também um confessionário, como tem sido para mim. C. S. Lewis foi sábio ao dizer as seguintes palavras:

"Existe um vício do qual nenhum homem no mundo é livre, que cada um no mundo detesta vê-lo em outra pessoa, e da qual quase ninguém, exceto os cristãos, imaginam-se ser culpados.”

Que o Senhor nos abençoe na leitura deste devocionário*!



(*) Baseado no livro Do orgulho à Humildade, de Stuart Scott, Ed. Fiel

[Devocional: "Cultivando um coração humilde" - Reinaldo Bui]

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